sábado, setembro 21

O que Engrandece a Ação.

Elsinor. Sala no castelo (Entram Hamlet e dois ou três Atores.)
Hamlet: Peço uma coisa, falem essas falas como eu as pronunciei, língua ágil, bem claro; se é para berras as palavras, como fazem tantos de nossos atores, eu chamo o pregoeiro público para dizer minhas frases. E nem serrem o ar com a mão, o tempo todo (Faz gestos no ar com as mãos.);moderação em tudo; pois mesmo na torrente, tempestade, eu diria até no torvelinho da paixão, é preciso conceber e exprimir sobriedade - o que engrandece a ação. Ah, me dói na alma ouvir um desses latagões robustos, de peruca enorme, estraçalhando uma paixão até fazê-la em trapos, arrebatando os tímpanos dos basbaques que, de modo geral, só apreciam berros e pantomimas sem qualquer sentido. A vontade é mandar açoitar esse indivíduo, mais tirânico que Termagante, mais heroico do que Herodes. Evitem isso, por favor.
Primeiro Ator: Prometo a Vossa Honra.
Hamlet: Mas também nada de contenção exagerada; teu discernimento deve te orientar. Ajusta o gesto à palavra, a palavra ao gesto, com o cuidado de não perder a simplicidade natural. Pois tudo que é forçado deturpa o intuito da representação, cuja finalidade, em sua origem e agora, era, e é, exibir um espelho à natureza; mostrar à virtude sua própria expressão; ao ridículo a sua própria imagem e a cada época e geração sua forma e efígie.
 
W. Shakespeare, Hamlet -Ato III, Cena II
 

domingo, setembro 1

Aristóteles

Há momentos em que nos isolamos do mundo moderno e da rotina para submergirmos em nossa mente na busca da profunda meditação. Em momentos como esse, veio Aristóteles para inspirar a todos nós. Aristóteles foi um filósofo grego conhecido por muitos por ter fundado o Liceu, por ter dito que a Terra possuía os 4 elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, por ter sido aluno de Platão e "teacher" de Alexandre, o Grande e por ter feito muita coisa que o fez ser foda ao longo da história da humanidade. Porém, dentre tudo isso, o seu pensamento lógico e sua existência como ser humano em nossa história faz com que possamos acreditar que os deuses andaram entre nós por volta de 384 e 322 antes de Cristo.

Em um determinado dia, Aristóteles começou a pensar sobre o Universo e observou os seguintes fatos:

1º O Sol e a Lua eram corpos celestes que tinham o formato esférico no céu, tanto de dia, quanto de noite.

2º No horizonte, os navios desapareciam lentamente, como se estivessem descendo.

3º Durante os eclipses Lunares, a sombra projetada da Terra na Lua parecia ser circular.

4º Conversando com os bravos e corajosos navegadores, Aristóteles aprendeu que nos mares mais ao Norte, estrelas diferentes eram vistas do que as dos mares mais ao Sul. À medida que uma pessoa viaja mais ao Norte, estrelas polares ficavam mais ao centro do céu e novas estrelas poderiam ser vistas. O inverso acontecia, se fossem navegar em mares ao Sul.

5º Relato de criaturas nomeadas como Elefantes eram comuns em regiões próximas à Índia e ao Marrocos. A Índia ficava mais o Leste e o Marrocos mais ao Oeste, sendo, portanto, uma distância razoável e oposta, a qual geraria um clima propício para tal animal existir, gerando uma simetria geométrica.

Aristóteles, em um sublime momento cósmico de sensibilidade de si e do mundo ao seu redor, juntou essas observações e, concordando com Ptolomeu e sem utilizar o Google, deduziu, simplesmente, que o planeta Terra não poderia ser plano. A Terra era uma esfera.

Isso por volta de 384 e 322 antes de Cristo.



Fonte: http://www.on.br/ead_2013/

Matheus I. Mazzochi