quinta-feira, janeiro 3

No Silêncio da Noite

Silêncio.
Ouça.
.
..
...
Teus pensamentos falam.
Escute-os. Sinta-os.
O que dizem? O que sussurram? O que querem?
Ouça.
Deixe-os se manifestarem.
A folha em branco.
A Rima. A Rima.
A Borracha.
É ela quem apaga e faz ressurgir a folha em branco.
Uma nova chance. Um recomeço.
A oportunidade de apagar e de esquecer o que se fez.
Ou o que se quer esquecer.
Mas vire a página.
O que vês?
Outra folha em branco.
Nova fase.
É a vida.

*

No que o Pensador pensa? Será que ele sabe?
E se quando achar a resposta, ele se levantar e sair do museu?
O Pensador é uma pedra que se movimenta em pensamentos.
Vou perguntar para ele o que sou. Sim! Perguntarei a uma pedra o que sou.
E quando ela responder, deixarei de ser eu mesmo
E tornar-me-ei algo que não será mais eu.
É a vida.

*

Ouça!
Já deixou teus pensamentos tomarem conta de ti?
Possuírem-te? Puxarem-te às profundezas do mar como as almas mortas puxaram os herois gregos no mar de Aqueronte?
Um pássaro agoniza lá longe em algum lugar.
Olho para o céu e vejo as Três Marias formarem a base de uma pirâmide.
É uma loucura.
O silêncio da noite faz isso.
Poder ser perigoso
Ou não.
É a vida.

*

Cadê a borracha?


                                No Silêncio da Noite, Porto Alegre,
                                           27 de Novembro de 2012
                                                 01h31min

Nenhum comentário:

Postar um comentário