segunda-feira, julho 15

Estar de Férias

É ter tempo para procurar os pássaros invisíveis que cantam nas árvores;
É buscar um ritmo inventado no cair das gotas de chuva;
É ter tempo para escutar as histórias da família pela boca da vovó, enquanto tomam chimarrão;
É tomar chimarrão sem presa, sentindo a água entrar e purificar o corpo, como em plena meditação.
É andar de roupão como se fosse um imperador romano;
É trocar o sapato pela pantufa e pela alpargata de pano.
É não encostar ao chão ao caminhar;
É sorrir sem motivo e não justificar.
É desligar-se de si e do mundo.                               
É não ler jornal, não ver televisão, não pensar, não opinar,
É um não manter, não cumprir e não aparentar;
É parar.
É notar o mau humor de algumas atendentes no supermercado;
E também a alegria do vizinho ao lado.
É dormir sem hora e acordar sem despertador;
É voltar a crer no Valhala e desejar chegar ao Nirvana;
É sentir a energia que emana.
É embriagar-se de néctar e se sentir um deus do Olimpo;
É tomar banho e sentir-se limpo.
É pagar na hora a conta do Bar
E não ter hora para sair;
Só para voltar.
É prestar atenção no tempo e perceber o instante;
É encontrar Atlas e dizer: tome, já segurei o bastante.
É não ter vontade de terminar e de continuar
E mesmo assim

Publicar.

Matheus I. Mazzochi

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