sexta-feira, agosto 16

Cerveja

Não sei quantas garrafas de cerveja
Consumi esperando que as coisas
Melhorassem.
Não sei quanto vinho e uísque
E cerveja
Principalmente cerveja
Consumi depois
De rompimentos com mulheres-
Esperando o telefone tocar
Esperando o som dos passos,
E o telefone nunca toca
Antes que seja tarde demais.
Quando meu estômago já está saindo
Pela boca
Elas chegam frescas como flores de primavera:
“mas que diabos vocês está fazendo?
Vai levar três dias antes que você possa me comer!”

A mulher é durável
Vive sete anos e meio a mais
Que o homem, bebe muito pouca cerveja
Porque sabe como ela é ruim para a
Aparência.

Enquanto enlouquecemos
Elas saem
Dançam e riem
Com caubóis cheios de tesão.
Bem, há a cerveja
Sacos e mais sacos de garrafas vazias de cerveja
E quando você pega uma
As garrafas caem através do fundo úmido
Do saco de papel
Rolando
Tilintando
Cuspindo cinza molhada
E cerveja choca,
Ou então os sacos caem às 4 horas
Da manhã
Produzindo o único som em sua vida.

Cerveja
Rios e mares de cerveja
Cerveja cerveja cerveja
O rádio toca canções de amor
Enquanto o telefone permanece mudo
E as paredes seguem
Paradas e estáticas
E a cerveja é tudo o que há.


                          Charles Bukowski, O amor é um cão dos diabos, L&PM pocket, 2012

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