quarta-feira, setembro 7

Há uma beleza nublada em uma dia chuvoso

Há uma beleza nublada em um dia chuvoso.
O branco dos céus reflete o colorido do chão.
A cor vívida das árvores dos Outonos e das Primas Vera
Fica mais evidente, mais chamativa, mais colorida.
Há uma beleza nublada em um dia chuvoso.

O dia, na cidade, fica mais silencioso.
O trabalhador cansado fica recluso em seu lar.
A moça enamorada vai ao shopping com seu par.
O bolo e o chá, feitos pela vovó, ficam mais gostoso.

Em meio a inércia ociosa presente no dia,
A mágica contagiante da preguiça me guia.
Na sacada, sentado, leio um livro.
Podo os ramos da arruda e sinto seu perfume.
Perfume penetrante e gostoso.
Há uma beleza nublada em um dia chuvoso.

Saio de casa e caminho por aí.
Nenhum lugar definido procuro.
Não me procures, não estarei mais ali.
Em meio às árvores, me curo.
Me perco no silêncio das folhas que bailam com o vento.
Silêncio supremo, raro e misterioso.
Há uma beleza nublada em um dia chuvoso.

Em meio ao silêncio das gotas que aplaudem meu guarda chuva,
Em meio às árvores que me escondem do turbilhão da cidade turva,
Fico só e só comigo fico.
Recarregado e esperançoso,
Volto para a casa e concluo que
Há uma beleza nublada em um dia chuvoso.


Matheus I. Mazzochi

Nenhum comentário:

Postar um comentário