A Morte anda nas ruas solitárias e escuras.
É nas noites frias
Que ela bate em minha janela
Ao som das constantes ventanias.
Um balão vermelho rola sozinho na calçada.
Murcho.
Eu sei que Ela está lá na escuridão.
Buscando algum desavisado
Que vaga em solidão.
Na busca por si mesmo fora de si
Mal sabendo que irá encontrar o seu destino.
Ali, ao esmo,
O viajante a vê em um cruzamento.
Sua foice é afiada como a língua
E sua roupa é negra como o Universo antes da Luz.
Seu toque é frio como o coração de algumas mulheres
E seu rosto é invisível por baixo daquele capuz.
E eis que me vejo diante dela em um cruzamento das ruas da
vida.
Perco o ar. Penso na eternidade. Arrependo-me e me orgulho.
Faria tudo de novo? – ela me pergunta em assobio sedutor.
E eu respondo que faria tudo de novo nessa vida ou em outra.
A Morte faz um silêncio mortal e eu fico no suspense do dia
a dia.
Ela some.
De novo, um dia, Ela há de volver.
E eu não sei se estou morto em um sonho de vida
Ou vivo em processo de morrer.
Matheus I. Mazzochi
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