Com os ombros encolhidos,
Como um pássaro com frio,
Ele anda por aí cansado.
Mostrando, nitidamente, que está pressionado.
Suspirando fôlegos contados,
Sintoma dos condenados,
Chega em casa rastejando,
Um escravo dos dias terminados.
A porta bate atrás,
A chave cai.
"Mais um dia. - geme o rapaz-
Até onde isso vai?"
A meditação é inútil.
Reclamar virou fútil.
Fechar os olhos é ver o que se tem para fazer.
Nenhum ser humano pode isso merecer.
O aprendiz, buscando o conhecimento,
Escala a montanha cheio de peso.
Não passa por tanto sofrimento.
Mesmo não chegando ao topo ileso.
Suas virtudes não mais importam.
Seus chefes não as notam.
Mesmo assim, ele insiste.
Mesmo ficando triste.
A cama...
Tão desejada quanto a dama,
O faz transcender, o faz esquecer.
E o sexo?
- Amor, hoje não...
- Ajuda a relaxar.
- É em vão.
E então?
Agora relaxado,
Vira pro lado.
Não há carinho,
Ficou mais cansado.
Depois de tudo que passou...
Depois de ver o que conquistou...
Depois do depois que o mudou...
Nada importou.
Depois do drama,
Ele dorme.
Ele sonha.
Ele foge.
Ele evita.
Ele acorda...
Acorda e vai para a vida.
Acorda e dá a partida.
"Vai trabalhar, vagabundo,
Vai trabalhar, criatura..."
Acorda!
Pega a corda.
Ajeita o nó no pescoço,
Poe o blazer.
Pega o chapéu, os óculos escuros:
"Tenho uma vida para tocar.
- Reflete-
Pois bem... Vou
me
en
for
c
a
r
.
.
.
"
Matheus I. Mazzochi
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